Centenas de servidores do Judiciário compareceram na tarde desta quarta-feira, 15/09, ao primeiro ato presencial pós-pandemia convocado pelas entidades de classe.

A mobilização pedia, entre outros, o fim do descaso do TJ-SP para com os servidores e o pagamento da data-base da categoria.

Participaram, além da Apatej, a Assojuris, Ajesp, Sinjuris, SinspJud, Fenajud, Afoca, Affocos, AFJJ, Affoppre e Assisjesp representando, no total, 83 comarcas paulistas.

O evento teve como ponto de encontro a praça em frente ao fórum João Mendes, em São Paulo. Os participantes se reuniram no local e em seguida saíram em marcha pelas ruas no entorno do fórum.

Todos os protocolos de segurança foram observados pelos presentes como o uso de máscaras e o distanciamento social.

A caminhada terminou em frente ao Palácio da Justiça, sede do Tribunal de Justiça de São Paulo, onde o ato foi realizado.  Uma a uma as lideranças discursaram e não deixaram de lembrar a perda de Marcos Leite Penteado, o Marquinhos, presidente da Apatej que faleceu há um anovítima de Covid-19.

Um minuto de silêncio, além de oração foi feito em sua homenagem e à todas as vítimas do Covid.

DEMANDAS DA CATEGORIA

Os dirigentes das entidades lembraram que os servidores paulistas sofrem de expressivas perdas salariais desde 2002 enquanto a inflação corrói o poder de compra dia a dia.

De acordo com o presidente da Assojuris, Marcos Alemão, por conta da alta da inflação e falta de reposição salarial os servidores perdem em média dois salários por ano.

Ele lembrou ainda que estudo realizado pelo economista Cid Cordeiro mostra que o TJ-SP dispõe sim de recursos para conceder a data-base da categoria e foi enfático em lembrar que o TJ-SP concedeu auxílio saúde aos magistrados em valor altíssimo, mesmo durante a pandemia.

O presidente da Apatej, Ednaldo Batista

Segundo o presidente da Apatej, Ednaldo Batista, o presidente do TJ-SP, Geraldo Pinheiro Franco, chegou a dizer que todos os servidores fazem parte da grande família forense ao lançar o slogan #somostodostj.

“Mas, senhor presidente, os servidores estão muito distantes de receber o mesmo tratamento dos magistrados”, disse dirigindo-se ao Palácio da Justiça onde possivelmente estaria Pinheiro Franco.

Ednaldo enfatizou ainda que os servidores paulistas nunca fugiram de suas responsabilidades e não poupam esforços para atingir suas metas de produtividade e desta forma são diretamente responsáveis pelos significativos e sucessivos recordes alcançados pelo TJ-SP e apresentados para a imprensa.

“O que nós queremos, senhor presidente – assim como o saudoso ex-presidente Marquinhos sempre buscou – é que essa casa seja mais justa e reconheça a importância que cada um de seus servidores possui dentro da maior Corte de justiça da américa latina”, finalizou.

O ato também foi marcado por assuntos relativos ao confisco no salário dos servidores aposentados, luta contra a PEC 32, que diz respeito à reforma administrativa proposta pelo governo federal, contra a PLC 26, apresentado pelo Governador João Dória e repúdio à exoneração de 16 assistentes do cargo, após o sucesso na ação de equiparação de salário.

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