Tucano desata nós para que deputados aprovem Orçamento

21/12/2010

Fernando Gallo
De São Paulo

A equipe de transição de Geraldo Alckmin (PSDB) tenta entre e hoje e amanhã desatar nós para que a base do governo consiga votar na Assembleia Legislativa de São Paulo o Orçamento de 2011 e encerrar os trabalhos do ano.

Entre os problemas a resolver estão os espaços dos aliados no futuro governo, projetos ainda não votados, emendas que não foram empenhadas, valor das emendas individuais para 2011 e o Orçamento do Judiciário.

Um dos primeiros passos para alcançar os objetivos será acalmar partidos que devem integrar o governo Alckmin com alguma secretaria, mas estão em compasso de espera: PMDB, PV e PPS.

Os partidos veem as principais pastas preenchidas pela cota do governador eleito e, por isso, pressionam a equipe de transição.

A trinca é importante para a votação do Orçamento, já que é provável que o governo decida votar a peça mesmo sem acordo com a oposição.

O relatório do Orçamento, de autoria do deputado Bruno Covas (PSDB), foi aprovado na última quinta-feira na Comissão de Finanças. Bruno modificou a proposta do Executivo em só R$ 50 milhões -ou 0,04% do total de R$ 140,6 bilhões- e causou desconforto porque cortou as emendas destinadas ao Judiciário e manteve as emendas individuais dos deputados em R$ 2 milhões.

Havia um pleito suprapartidário para que o valor chegasse a R$ 4 milhões.

JUDICIÁRIO

Em voto separado, o PT, baseado no excesso de arrecadação de 2010, que já chega a mais de R$ 8 bilhões, sugeriu que o Orçamento tivesse um aumento de R$ 5 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão fosse destinado ao Judiciário.

Alckmin se reuniu na última sexta-feira com o presidente do Tribunal de Justiça, Antonio Carlos Viana Santos, para conversar sobre uma possível recomposição do corte feito no Orçamento.

Interlocutores do governador avaliam que ele está inclinado a não permitir que nenhuma emenda para o TJ seja feita ao Orçamento para não causar problemas com servidores de outras áreas.

 
Fonte: Folha de São Paulo, 21/12/2010